Chegada da Dumont FM congestiona dial de São Paulo

Tinha lido no Tudo Rádio.com, há algum tempo, que a Dumont FM de Jundiaí (104.3 MHz) tinha mudado a torre de transmissão para a Serra do Japi, o ponto mais alto da cidade (1.290,6 metros), fazendo com que seu sinal fosse captado em um número maior de regiões, incluindo a Grande São Paulo.

A Dumont operava com potência reduzida quando aconteceu a mudança, mas já era possível ouvir em São Paulo algum ruído em 104.3 MHz, dependendo da região (alguns bairros das zonas oeste e noroeste, como Lapa e Freguesia do Ó, tinham melhor qualidade de sinal que outros mais próximos do centro ou da zona leste da cidade). Essa semana o mesmo Tudo Rádio.com informou que a Dumont passou a transmitir com potência de 50kw, dez vezes mais que era irradiado anteriormente. Agora a rádio tem alcance um pouco menor que o da 105 FM (que também tem torre na Serra do Japi) com a diferença que a Dumont tem uma Tupi interferindo no lado.

Aí começa a bagunça: a Dumont é uma emissora Classe A1 com concessão de Jundiaí. Então sua torre pode ficar na Serra do Japi e sua classificação permite transmitir com potência máxima de 50kw. E a Tupi também é Classe A1!

Se as duas estão certas, alguém vai ter que mudar de freqüência. Mas quem?

Acompanhe as suposições com o mapa abaixo.

DUMONT (104.3 MHz)
- Se for para 104.5 (um canal a mais), o problema vai se repetir em São Paulo, mas aí com a Transcontinental.

- Em 103.9 troca seis por meia dúzia em São Paulo (com a própria Tupi) e causa o mesmo problema com a Nova Brasil FM de Campinas (103.7)


TUPI (104.1 MHz)
- Em 103.9, a Tupi interfere na chamada "área de sombra" da Stereo Vale, de São José dos Campos, que inclui algumas cidades da região do Alto-Tietê, como Guararema e Santa Isabel. Também pode interferir em alguma área que receba a 103 FM de Sorocaba, como São Roque e Mairinque. A 103 tem sinal forte e fica a menos de 100km da capital.

- A melhor opção é em 103.7 MHz, apesar de poder interferir na Nova Brasil FM de Campinas em parte da região de Atibaia, que seria coberta pelas duas emissoras - é uma região que as duas alcançam de forma mais fraca.

É bom lembrar que as possibilidades acima são apenas uma forma de ilustrar o quanto deve ser complicado arrumar espaço para uma rádio em outra freqüência. As idéias partem de análises superficiais do dial de cada região e propõem as mudanças mínimas de freqüência. Descartei a possibilidade de uma das rádios pular de 104."alguma coisa" para um 91.7, por exemplo (coisa que a Anatel não descartaria num estudo detalhado).

Mas isso é mais uma coisa pela qual vamos ter que esperar! Por enquanto, só uma coisa parece evidente: a Dumont não deve ter se esfoçado para "pegar" em São Paulo de bobeira.

A rádio tem investido na contratação de novos profissionais e diz em seu site que "vem novidade por aí" (reprodução da página abaixo). A 105, também de Jundiaí, briga de igual para igual em várias cidades, incluindo a capital paulista. A última pesquisa do IBOPE para São Paulo saiu nesta semana com a 105 em 8º lugar de "audiência" (que eu chamo de lembrança de marca), superando paulistanas tradicionais como Jovem Pan e Transamérica.

RÁDIO SANTOS DUMONT ENTRE AS GRANDES
A Dumont é uma rádio "jovem" sem muitas diferenças da maioria das concorrentes diretas. No ar desde 1987, é a única emissora local no segmento em Jundiaí e, segundo reportagem do jornal Bom Dia, há nove anos seu proprietário e fundador, o o radialista Claudinê Barranqueiros, "lutava para a transferência da torre de transmissão para a Serra do Japi, para conseguir maior alcance de freqüência". Claudinê realizou o sonho, mas infelizmente não verá a repercussão de sua FM no maior mercado de rádio da América Latina. O radialista faleceu no último mês (29/05), em casa, vítima de um enfarte.

SAIBA MAIS
http://www.tudoradio.com/modules.php?name=News&file=article&sid=1219
http://www.japi.org.br/index.html
http://www.bomdiajundiai.com.br/index.asp?jbd=4&id=269&mat=134415