"As feras estão de volta"

Parafraseando o Marcos Lauro, do Radio Base, vou dizer que dei uma de São Tomé com a história da reprise de Pantanal no SBT. E vi hoje!
A abertura foi desnecessariamente mudada: ficou mais moderna, mas mais fria. Mas o SBT teve o mérito de respeitar a duração do capítulo, mantendo, inclusive, as longas cenas do capítulo seguinte que fechavam cada exibição em 1990. Foi uma reprise por inteiro, como era esperado que fosse.

A seguir a chamada do segundo capítulo, já disponível no YouTube.



A última vez que tinha visto Pantanal foi na última reprise da Manchete, entre 1998/99. É legal rever e entender um dos motivos que fizeram eu me apaixonar pela TV do tio Adolpho. E me manter apaixonado!

Novela é novela. É drama, clichê, mocinho e vilão. Mas pode ser melhor se for feita com mais cuidado. Pra quem está acostumado com o "Padrão Globo de Qualidade", onde favela tem acabamento em todos os cômodos, casas de três quartos ou três andares e a burguesia faz festa de aniversário com telão maior que cinema e com uns 50 garçons, a Manchete fez um produto tecnicamente excelente, mas sem toda essa maquiagem.

Em vez de me repetir com outras palavras, dei um Ctrl+C, Ctrl+V em texto que eu mesmo escrevi sobre a novela outro dia. O post completo, que falava sobre o imbróglio judicial que a transmissão de Pantanal poderia (e ainda pode) acarretar, está aqui. Mas o texto específico sobre a novela está repetido abaixo.


Pantanal foi um fenômeno indiscutível. Além do texto envolvente e das boas atuações, fez o que a Record até agora não conseguiu: ter mais audiência que a Globo com um produto diferenciado e de qualidade, dentro do gênero em que a Globo tem mais know how.
Benedito Ruy Barbosa escreveu a história para a Globo nos anos 80 e a produção foi engavetada porque o projeto previa a gravação da novela no pantanal, contrariando a estética engessada do tal “Padrão Globo de Qualidade”. Na época foi até sugerido ao autor que a história fosse ambientada em uma fazenda paulista ou carioca para facilitar a produção.Quando Jayme Monjardim foi contratado pela Manchete chamou Benedito Ruy Barbosa para levar seu projeto à concorrente. Lá, ganhou ares de superprodução, com um cuidado cinematográfico com a fotografia e a trilha. Em reportagem de capa da revista Veja em 1990, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, então diretor geral da Globo, disse que a novela “trouxe uma paisagem nova e atraente para a televisão” com “uma maior ousadia no tratamento dado às cenas de sexo, sem ultrapassar os limites do bom gosto”.

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