Brasil 2000, de novo
Complementando a informação anterior, conforme sugestão do Rodney Brocanelli, segue link para texto do Radio Base sobre a pendência de renovação na concessão da Brasil 2000 que impede seu arrendamento ou venda: http://radiobaseurgente.blogspot.com/2008/07/rdios-educativas-esto-com-outorgas.html
Todas as FMs educativas de São Paulo estão com outorgas vencidas. A da Brasil 2000 venceu em 30/09/1998.
EDUCATIVA ARRENDADA?
O texto do Observatório do Direito à Comunicação citado no Radio Base também diz o seguinte sobre a Brasil 2000:
É sempre bom lembrar que a concessão do canal 297 (107.3 MHz) em São Paulo é educativa, ainda mais quando se fala em venda ou locação de horários. Mas também é importante lembrar que o costume de venda de espaços para propaganda convencional em emissoras educativas não é exclusividade da Brasil 2000. O texto da MP que criou a EBC (e que regulariza todas as TVs públicas), "proíbe 'anúncios de produtos e serviços', mas autoriza a 'publicidade institucional de entidades de direito público e privado, a título de apoio cultural, admitindo-se o patrocínio de programas, eventos e projetos'". Mas todo mundo sabe que não é de hoje que as Casas Bahia "apóiam a digitalização do acervo da TV Cultura" enquanto anunciam preço de máquina de lavar ou dos "últimos dias da queima de estoque" (que nada tem a ver com propaganda institucional)! E o melhor é a justificativa: numa reportagem de 2005 da CartaCapital (disponível no site da empresa Sulrádio), o então presidente da Fundação Padre Anchieta, Marcos Mendonça, aparece dizendo que o telespectador da Cultura gosta da propaganda: "A propaganda hoje faz parte daquilo que ele quer ver. De repente, ele quer saber que as Casas Bahia estão vendendo armário. As pessoas acham que a propaganda é importante pra elas”. Ou seja, é quase um serviço de utilidade pública!
Então fica nisso: não é correto tratar a Brasil 2000 como uma rádio comercial (muito menos ela se tratar como tal), mas quem for aplicar a lei tem que aplicar pra todo mundo, incluindo os grupos que têm várias emissoras no mesmo lugar (o que prejudica muito a concorrência), as "rádios que andam" ou a principal TV pública do Brasil. É melhor deixar quieto, né?
"PRECISA TER VONTADE"... DE INVESTIR!
Também quero completar algo que disse no post anterior. Falei que para a rádio continuar deveria ter um projeto de longo prazo, mas que era preciso ter vontade. Mas também é preciso vontade de investir, ainda que investir signifique "perder" dinheiro num primeiro momento.
Quando a última crise começou a se agravar, a Brasil 2000 esvaziou gradativamente a programação por não ter o retorno esperado, mas na medida em que a programação se esvaziava diminuíam as perspectivas desse retorno, num "efeito Tostines" - é vazia porque não da retorno ou não da retorno porque é vazia? - que só pode terminar com investimento. E sem imediatismo!
Uma emissora fortemente ligada a uma instituição de ensino que oferece curso superior de rádio e TV mostra que "em casa de ferreiro, o espeto é de pau". Será que a Anhembi não teria um reforço de marca se controlasse "uma das mais interessantes" rádios da cidade?
Eles preferem ser o único anunciante.
SAIBA MAIS
http://midiaclipping.blogspot.com/2008/07/decadncia-voluntria-da-brasil-2000.html
Todas as FMs educativas de São Paulo estão com outorgas vencidas. A da Brasil 2000 venceu em 30/09/1998.
EDUCATIVA ARRENDADA?
O texto do Observatório do Direito à Comunicação citado no Radio Base também diz o seguinte sobre a Brasil 2000:
Além de possuir uma programação semelhante às tradicionais rádios FMs comerciais da cidade, a emissora tem por prática veicular anúncios publicitários. Segundo o departamento comercial da emissora, somente são vetados anúncios de cigarros e bebidas alcoólicas. Embora a legislação que trata das educativas seja focada nas emissoras de TV, o Ministério das Comunicações determina que tais rádios não têm caráter comercial, sendo vedada a veiculação remunerada de anúncios e outras práticas que configurem comercialização de intervalos, podendo somente veicular anúncios que se enquadrem no conceito de apoio cultural.
É sempre bom lembrar que a concessão do canal 297 (107.3 MHz) em São Paulo é educativa, ainda mais quando se fala em venda ou locação de horários. Mas também é importante lembrar que o costume de venda de espaços para propaganda convencional em emissoras educativas não é exclusividade da Brasil 2000. O texto da MP que criou a EBC (e que regulariza todas as TVs públicas), "proíbe 'anúncios de produtos e serviços', mas autoriza a 'publicidade institucional de entidades de direito público e privado, a título de apoio cultural, admitindo-se o patrocínio de programas, eventos e projetos'". Mas todo mundo sabe que não é de hoje que as Casas Bahia "apóiam a digitalização do acervo da TV Cultura" enquanto anunciam preço de máquina de lavar ou dos "últimos dias da queima de estoque" (que nada tem a ver com propaganda institucional)! E o melhor é a justificativa: numa reportagem de 2005 da CartaCapital (disponível no site da empresa Sulrádio), o então presidente da Fundação Padre Anchieta, Marcos Mendonça, aparece dizendo que o telespectador da Cultura gosta da propaganda: "A propaganda hoje faz parte daquilo que ele quer ver. De repente, ele quer saber que as Casas Bahia estão vendendo armário. As pessoas acham que a propaganda é importante pra elas”. Ou seja, é quase um serviço de utilidade pública!
Então fica nisso: não é correto tratar a Brasil 2000 como uma rádio comercial (muito menos ela se tratar como tal), mas quem for aplicar a lei tem que aplicar pra todo mundo, incluindo os grupos que têm várias emissoras no mesmo lugar (o que prejudica muito a concorrência), as "rádios que andam" ou a principal TV pública do Brasil. É melhor deixar quieto, né?
"PRECISA TER VONTADE"... DE INVESTIR!
Também quero completar algo que disse no post anterior. Falei que para a rádio continuar deveria ter um projeto de longo prazo, mas que era preciso ter vontade. Mas também é preciso vontade de investir, ainda que investir signifique "perder" dinheiro num primeiro momento.
Quando a última crise começou a se agravar, a Brasil 2000 esvaziou gradativamente a programação por não ter o retorno esperado, mas na medida em que a programação se esvaziava diminuíam as perspectivas desse retorno, num "efeito Tostines" - é vazia porque não da retorno ou não da retorno porque é vazia? - que só pode terminar com investimento. E sem imediatismo!
Uma emissora fortemente ligada a uma instituição de ensino que oferece curso superior de rádio e TV mostra que "em casa de ferreiro, o espeto é de pau". Será que a Anhembi não teria um reforço de marca se controlasse "uma das mais interessantes" rádios da cidade?
Eles preferem ser o único anunciante.
SAIBA MAIS
http://midiaclipping.blogspot.com/2008/07/decadncia-voluntria-da-brasil-2000.html
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