Uma Transamérica que valia por três

MidiaClipping
A Transamérica é uma das maiores redes de rádios do país. Mesmo assim, quem ouve rádio há mais de 15 anos - estou ficando velho! - lembra da época em que a emissora, bem antes de se dividir em Pop, Hits e Light, era um fenômeno de audiência e uma referência em FM. Bem diferente do que hoje é a Transamérica Pop.

Na semana passada o Gabriel Passajou postou em seu blog os vídeos de uma reportagem de Goulart de Andrade no "Comando da Madrugada", ainda no SBT, mostrando os bastidores dessa Transamérica de 15 anos atrás, e escreveu um artigo perguntando - e respondendo - como ela conseguiu perder a "magia" que tinha nessa época.

Pensei em repetir aqui apenas os vídeos, e comentar as diferenças entre a Transamérica de hoje e a de antigamente, mas decidi repetir também o artigo. Os vídeos explicam melhor que ninguém o passado, e o texto, mais do que enumerar as evidências dessa perda de magia, fala sobre o que levou a isso. Confira:

Antes de mais nada: Como a Transamérica conseguiu perder a magia dos anos 90? Se você ver os vídeos abaixo, obterá a resposta: MATERIAL HUMANO.

O que os proprietários tem que entender é que o rádio é feito por PESSOAS e não TECNOLOGIA.

A tecnologia é apenas um INSTRUMENTO, que usado por profissionais apaixonados, motivados e competentes, fazem milagres como foi a Transamérica até os anos 90. Via de regra, atualmente a maioria das emissoras fazem o oposto, ou seja, colocam o fator humano de lado, com baixo salário e sobrecarregado (afinal, quanto menos custos, maior o lucro, não é genial?), e deixam a alma da rádio a cargo dos computadores, no piloto automático.

Minha pergunta: Amigos donos de rádio, ISSO FUNCIONOU?

Será que não é justamente POR CAUSA DISSO o rádio tem perdido prestígio e saído cada vez mais da vida das pessoas?

Será que é possível fazer rádio de qualidade com um terço dos funcionários de 10 anos atrás?

Vocês já notaram a quantidade de pessoas que dizem hoje que "não ouvem rádio"?

Veja os vídeos abaixo e você verá GENTE por todos os lados, de carne e osso dando a vida pela marca Transamérica. Será que é essa a paixão que vemos nos corredores das rádios no Brasil HOJE?

Respondam: Estou sendo um idiota saudosista ou falando uma verdade absoluta?

A economia burra está jogando o veículo rádio no ostracismo. Colegas de profissão: RÁDIO É DETALHE. É no detalhe que o rádio chega à perfeição. Significa que rádio bem feito deve ser milimetricamente planejado e com pessoas certas nos cargos certos.

O "detalhe" só conseguimos de um jeito: Com a técnica e experiênca. Com o "savoir faire". Isso demanda anos, preparação intelectual, cultural e vivência. Ou seja, só os melhores profissionais tem isso. Mas, ONDE ELES ESTÃO? Demitidos ou muitos já mudaram de setor. E eles são os únicos que podem salvar o rádio.

Não há condições de fazer rádio com funcionário humilhado, mal pago e com acúmulo de funções.

No especial abaixo, uma bela surpresa. Sandro Anderson, falecido recentemente, apresentando o Transa Louca (e ainda com cabelos, rsrsrs). A Transamérica em primeiro lugar no Ibope (hoje é 22ª), atingindo mais audiência que a Rede Globo. Veja o estúdio da Transamérica, onde gravaram grandes artistas como Paul Simon, e até ganharam o Grammy. Essa era a TRANSAMÉRICA.

Caros estudantes de rádio, ver esses filmes vale mais do que 4 anos na faculdade. Eu garanto.

Boa viagem:

PARTE 1


PARTE 2


PARTE 3

Uma observação: se você cogitou que a Transamérica possa estar enfrentando alguma crise, vale lembrar que ela faz parte do Grupo Alfa, de Aloysio de Andrade Faria (a quarta pessoa mais rica do país, segundo a última lista da revista Forbes). E ela não é um "patinho feio" do conglomerado: no começo do ano passado, uma matéria do Portal da Propaganda anunciou a rede de rádios como "a que mais cresce no Brasil".

Será que ela poderia ser melhor?

LEIA TAMBÉM
"Transamérica decadente", por Alexandre Figueiredo (Tributo ao Rádio do Rio de Janeiro)

Comentários

  1. Estou aqui para fazer-lhe uma proposta, que eu considero interessante.Também sou TOP 100 e estou concorrendo na categoria VARIEDADES e estou na campanha "UM VOTO POR UM VOTO".O legal disso tudo é essa interação,eu conheço seu blog e vc, o meu.
    Já votei no seu e sei que também que receberei seu voto.
    Obrigada.

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  2. A Rádio Transamérica FM chegou aqui na grande João Pessoa em 1995, ocupando a frequencia 93,7 Mhz, era uma rádio deliciosa de ouvir, ouvi a Transamérica entre 1995 e 1998, um tempo muito bom na rádio, depois a rádio foi perdendo a identidade, em 2005, a 93,7 passou a transmitir a Mix, rádio que não simpatizo mesmo

    È dificil ter rádios como a Transamérica de antigamente, aqui na capital de Paraíba, cidade com 700 mil e área metropolitana com 1,2 milhão, é entupida de rádios populares(leia rádio que só tocam Aviões do Forró e similares)

    Apesar de ter 3 concessões que sairam ou vão sair, (96.1 da Igreja Assembleia de Deus, 106.5 do Senado e 89.3 em processo de concessão), as rádios populares dominam mesmo

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  3. "A número um via satélite, mais ouvida do Brasil"...Lembro do tempo em que eu era fascinado por rádio, principalmente pela "Rede Transamérica" no começo dos anos 90.
    Eu sintonizava, os 92,7 mhtz, Transamérica FM Recife, pois moro no interior de Pernambuco, cerca de 230 Km de distância da capital, mesmo assim, pontos altos da minha cidade(Garanhuns), poderia chegar a sintonizar a Rádio Transamérica com sinal stéreo. Adorava os progamas, vinhetas, locutores e principalmente o tipo de música que era tocada naquela época. Clube da Insônia, Bônus(uma hora só de música!!), Naftalina, Adrenaliiiiiinaaaa!!(quem não esquece essa vinheta).
    Pena que a Rádio tenha se tornado isso que se tornou.
    Bons tempos aqueles.

    J. Júnior.

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  4. Eu nunca fui muito fã desta rádio, mas eu gostava de passar por lá por causa dos programetes de humor. bons tempos.

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  5. Saudade da transamérica FM 92,3 Mhz Ribeirão Preto /SP. O rádio atualmente deixa muito a desejar.

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  6. A Transamérica do Rio de Janeiro nos anos 90 era líder de audiência; Transa 03, Piloto Automático 02 horas só de música, Bônus 01 hora só de música e Super Transa 30 minutos só de música. Triste hoje a Transamérica do Rio está horrível, sem magia nenhuma, sem investimentos, vive em rede o tempo todo, melhor dizendo São Paulo, engraçado a primeira rádio foi em Pernambuco e hoje a Matriz eles dizem que é em São Paulo que vergonha, foi pra lá e piorou tudo é a pior fase da rádio.

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  7. A Transamérica do Rio de Janeiro nos anos 90 era líder de audiência; Transa 03, Piloto Automático 02 horas só de música, Bônus 01 hora só de música e Super Transa 30 minutos só de música. Triste hoje a Transamérica do Rio está horrível, sem magia nenhuma, sem investimentos, vive em rede o tempo todo, melhor dizendo São Paulo, engraçado a primeira rádio foi em Pernambuco e hoje a Matriz eles dizem que é em São Paulo que vergonha, foi pra lá e piorou tudo é a pior fase da rádio.

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  8. Ótimos locutores e produtores, vinhetas e até comerciais atrativos. Década de 90 foi a década de ouro da Transamérica, a mais ouvida do Brasil, mas como disseram anteriormente, a rádio era feita por pessoas e não por softwares.

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