Show de preconceitos na TV aberta
Não fui trabalhar nesta terça-feira e pude acompanhar trechos de alguns dos programas da tarde na TV aberta, e constatar (pelo menos no que vi) como a televisão anda preconceituosa!
O primeiro exemplo não vem de um programa da tarde da terça, mas da noite da segunda. Na volta de uma matéria sobre a 14ª. Parada do Orgulho LGBT no "TV Fama", Nelson Rubens anuncia, para "daqui a pouco", "mais criaturas bizarras da parada gay". Não encontrei nenhum vídeo, mas não fui o único a reparar na "bizarrice" do comentário do fofoqueiro.
Clique para ver o Tweet original em uma nova aba ou janela
Não sei se estava implicando, mas, na terça, vi outros dois exemplos tão feios como o anterior:
- O tema da edição desta semana de "A Liga" (Band) é "Da Favela à Fama". No "Boa Tarde", Silvia Poppovic trouxe Débora Vilalba e Thaíde, que apresentam a atração noturna. Silvia começou a entrevista falando que Thaíde também foi da favela à fama, "mas pelo lado bom" - como se o padrão de fama na favela fosse a fama de Fernandinho Beira-Mar e Marcinho VP: "superstar do Notícias Populares".
Mesmo depois de ver a chamada do programa, a apresentadora insistiu em perguntar se o programa falaria só da fama "no caminho do bem" ou sobre qualquer tipo de fama. Foi a deixa para que eu colocasse o controle remoto para funcionar!
- O "Casos de Família" (SBT) fez um programa especial sobre assassinatos por ciúme. Não consegui ver muita coisa: num debate acalorado, Ronaldo Esper culpava as mulheres vítimas de violência - ou assassinadas, que era o tema do programa - pelas roupas provocantes que usavam. Do outro lado, Zulaiê Cobra dizia que o importante não é a roupa que a mulher usa, mas a atitude que tem. E Christina Rocha concordava. Com esse debate focado em criminalizar as vítimas, acabei desistindo de ver TV.
Só vi porcaria? Sim. Mas, antes que alguém venha com um "desligue a TV e vá ler um livro", é bom lembrar que a televisão aberta deveria se preocupar um pouco mais com os valores que passa, independente do programa ou horário. Afinal de contas, ela é a principal fonte de informação para a maioria dos brasileiros. E sustentar preconceitos não é lá um grande serviço, né?
Posso ter sido meio intolerante, ou mesmo escrever sobre o óbvio. Mas, já que a TV repete preconceitos, não custa nada repetir repúdio.
O primeiro exemplo não vem de um programa da tarde da terça, mas da noite da segunda. Na volta de uma matéria sobre a 14ª. Parada do Orgulho LGBT no "TV Fama", Nelson Rubens anuncia, para "daqui a pouco", "mais criaturas bizarras da parada gay". Não encontrei nenhum vídeo, mas não fui o único a reparar na "bizarrice" do comentário do fofoqueiro.
Não sei se estava implicando, mas, na terça, vi outros dois exemplos tão feios como o anterior:
- O tema da edição desta semana de "A Liga" (Band) é "Da Favela à Fama". No "Boa Tarde", Silvia Poppovic trouxe Débora Vilalba e Thaíde, que apresentam a atração noturna. Silvia começou a entrevista falando que Thaíde também foi da favela à fama, "mas pelo lado bom" - como se o padrão de fama na favela fosse a fama de Fernandinho Beira-Mar e Marcinho VP: "superstar do Notícias Populares".
Mesmo depois de ver a chamada do programa, a apresentadora insistiu em perguntar se o programa falaria só da fama "no caminho do bem" ou sobre qualquer tipo de fama. Foi a deixa para que eu colocasse o controle remoto para funcionar!
- O "Casos de Família" (SBT) fez um programa especial sobre assassinatos por ciúme. Não consegui ver muita coisa: num debate acalorado, Ronaldo Esper culpava as mulheres vítimas de violência - ou assassinadas, que era o tema do programa - pelas roupas provocantes que usavam. Do outro lado, Zulaiê Cobra dizia que o importante não é a roupa que a mulher usa, mas a atitude que tem. E Christina Rocha concordava. Com esse debate focado em criminalizar as vítimas, acabei desistindo de ver TV.
Só vi porcaria? Sim. Mas, antes que alguém venha com um "desligue a TV e vá ler um livro", é bom lembrar que a televisão aberta deveria se preocupar um pouco mais com os valores que passa, independente do programa ou horário. Afinal de contas, ela é a principal fonte de informação para a maioria dos brasileiros. E sustentar preconceitos não é lá um grande serviço, né?
Posso ter sido meio intolerante, ou mesmo escrever sobre o óbvio. Mas, já que a TV repete preconceitos, não custa nada repetir repúdio.
Comentários
Postar um comentário