Record responde acusações do "Jornal Nacional"

Conforme previsto, o "Jornal da Record" desta noite veiculou reportagem em resposta ao "Jornal Nacional" de ontem, que dedicou dez minutos para falar sobre a denúncia do Ministério Público de São Paulo contra o bispo Edir Macedo e mais nove integrantes a Igreja Universal do Reino de Deus, com direito até à ressurreição - desculpe o trocadilho inevitável - do "ou dá ou desce".

Veja o material do "Jornal da Record" na íntegra:

PARTE 1


PARTE 2


Reproduzo o comentário de Arthur Ankerkrone sobre esses novos capítulos da briga entre Globo e Record, publicado hoje no Broadcast Blog. Alguns dos pontos da análise são claramente percebidos nos vídeos acima, como o esforço da Record - sem qualquer preocupação em ser desassociada da igreja - em assumir o papel de mártir.

As recentes acusações publicadas pelos jornais Folha de São Paulo e O Globo, e obviamente, repercutidas com afinco pela TV Globo e outros órgãos do grupo, contra a Igreja Universal do Reino de Deus, têm, nesse último caso, um alvo mais do que óbvio: a TV Record, controlada pelo empresário (e bispo da Universal) Edir Macedo Bezerra.

Não nos cabe julgar aqui quem é o herói ou vilão dessa história. De certa maneira, todos têm algum tipo de interesse ou culpa. O que leva a publicar esse comentário é o imenso erro estratégico praticado pelas Organizações Globo, nesse episódio. A TV Record, através de sua programação, iniciou seu contra-ataque, visando justamente colocar a TV Globo no papel de vilã, levando a opinião pública em seu favor.

Não é a primeira vez que isso ocorre, nem a segunda, e creio que tampouco será a última. A Globo já deveria ter aprendido que esse não é o caminho estratégico para frear a Record. Tudo se configura mais uma vez no sentido de fortalecer a empresa de Macedo, e arranhar a imagem da Globo.

Existem outras maneiras de se minar um concorrente, jamais transformando-o em mártir. É a história do "fale mal mas fale de mim". A TV Tupi e os Associados, no passado, moveu uma intensa campanha contra os investidores estrangeiros da TV Globo, e o resultado aí está: a Globo transformou-se em líder de audiência.

Não existe uma estratégia fácil nesse caso, pois a Record atual é uma máquina bem azeitada de fazer televisão, e assim como a Globo, uma empresa sólida e com força política. A única coisa que a Globo não pode fazer, se pretende freá-la, é justamente fortalecê-la. Como vem fazendo agora.

A Record foi mais agressiva que a Globo nos ataques, mas estava aproveitando do "desconto" concedido pelo "direito de resposta" - e mesmo assim usou parte do tempo para divulgar ações sociais da Universal.

Ponto para os bispos nesse primeiro round! Ambas bateram do mesmo jeito, mas só a Globo fortaleceu a concorrente.

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