Tupi FM pode ocupar o espaço da Antena 1 no RJ

Nessa sexta o blog Brasil Rádio News publicou que a frequência da Antena 1 no Rio de Janeiro (103.7 MHz) foi arrendada pela Rede Mundial/CBS e que passaria a integrar a rede da Tupi FM, ocasionando o fim da Antena 1 na cidade. As informações ainda não foram confirmadas, mas já começaram a circular em diversos sites e blogs.

A suposta saída da Antena 1 do dial carioca enfraqueceria a rede, que perdeu recentemente sua afiliada em Salvador, mas a possibilidade da Tupi FM no Rio levanta algumas questões, inclusive quanto ao uso da marca pelo grupo de Paulo Abreu.

Acho que seria um pouco difícil a emissora sertaneja repetir no Rio os resultados que tem em São Paulo. As FMs paulistanas mais lembradas na pesquisa do IBOPE priorizam a música sertaneja na programação, e só priorizam (ou até se especializam) porque esse é o estilo musical preferido de uma parcela considerável da população - lembro de ter lido na Folha uma daquelas séries que de vez em quando eles fazem sobre as regiões ou bairros de São Paulo, onde era traçado um "perfil psicográfico" de cada bairro através de um questionário que perguntava, entre outras coisas, o gênero musical preferido dos respondentes; em muitos bairros o sertanejo liderava com folga.

No Rio não existe uma rádio especializada em sertanejo, mas não acho que faça falta. Na última pesquisa do IBOPE, publicada no site Radioman no último dia 11, três emissoras populares aparecem no "Top 10": FM O Dia, Beat 98 (que tem uma linguagem jovem, mas se aproxima mais das populares na programação musical), e Nativa. Das três, a "pior" colocada é justamente a Nativa, a única entre as três que tem música sertaneja na programação - e que, mesmo assim, não é especializada no gênero como a homônima paulistana.

De qualquer forma, acredito que essa questão não seria a mais importante numa chegada da Tupi FM à capital fluminense. A estreia da emissora poderia ser só uma etapa de um projeto maior: a consolidação da marca Tupi como "propriedade" da Rede CBS na "casa" da Super Rádio Tupi, dos Diários Associados.

O lançamento da Tupi FM carioca provavelmente contaria com uma divulgação pesada, com tudo o que se espera de uma rádio popular forte (pedágios, promoções de shows, encontro de fãs com artistas, farta distribuição de prêmios etc.). E se essas ações continuassem - e acho que existiriam e que continuariam, independente dos resultados -, a rádio poderia, a longo prazo, se fortalecer a ponto do nome Tupi ser cada vez menos "sinônimo" de Diários Associados! E é aí que a turma do Paulo Abreu conseguiria "usucapião" da marca, e poderia usá-la como quisesse sem dor de cabeça. Inclusive na sua rede de TV!

Sei que isso tudo é só especulação, mas faz mais sentido que a simples intenção de expandir a rede da emissora popular.

Uma coisa é fácil de prever: se a Tupi FM estrear mesmo no Rio de Janeiro, é bem provável que os Diários Associados reclamem o uso da marca e que isso crie uma disputa entre os dois grupos. O resultado dessa disputa é que pode surpreender!