Confirmado: Tupi AM vai para 96.5 e Nativa para 103.7 no Rio

Os diretores da Super Rádio Tupi, Alfredo Raymundo e Ricardo Henrique Raymundo, oficializaram para o site Rádio Agência o fim da Antena 1 carioca em entrevista concedida durante o 25º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, evento da ABERT que terminou hoje em Brasília.

Ouça os dois explicarem as maravilhas da "aemização" do FM, enquanto anunciam a "novidade" para o site.



Depois dessa, deixo parte de um texto da radialista Mônica Sampaio, que conta um pouco sobre o "outro lado" do arrendamento de uma rádio.

(...)

Os empresários de Rádio estão pouco se lixando para o OUVINTE, como sempre. O ouvinte que se dane! Estão pouco se lixando para o profissional de rádio também. E isso não é de hoje!

(...)

Vocês se lembram da pouca vergonha que fizeram com essas duas categorias - OUVINTE e PROFISSIONAL DO RÁDIO -, em 1998, em todo o Brasil, no arrendamento da Rede Manchete FM pela Igreja Renascer em Cristo? Passaram a perna, da noite para o dia, nos OUVINTES da Manchete FM e, em NÓS, PROFISSIONAIS DO RÁDIO! Até "abelinha" (telefonista) foi demitida! Da noite para o dia!

Lembro, com muita tristeza deste dia, pois daí pra cá, meu “tesão” por rádio se esfriou; não pelo veículo, mas, pela maneira como está sendo dirigido; pela falta de respeito com os profissionais e com os ouvintes.
Ao ouvir, em lágrimas, dentro do meu carro, no posto de gasolina, o CARLOS ALBERTO (atual apresentador do "Rio de Prêmios") "fechar a porta e apagar as luzes", ao anunciar que, após a Voz do Brasil, não mais voltaria a Manchete FM, mas sim, a Rádio Gospel da Renascer em Cristo, meu coração tomou uma pedrada! É, eles estavam "renascendo na Manchete"; só não estavam nos levando junto ... só se esqueceram de nos avisar ... a nós e aos ouvintes, pois fomos TODOS pegos de surpresa, numa falta de ÉTICA PROFISSINAL sem precedentes na história do Rádio carioca!

23h30 - um fatídico dia do mês de fevereiro de 1998

Estava me preparando em casa, para descer - pois o carro da Manchete já havia chegado para me levar ao trabalho, como fazia todos os dias -, quando recebo um telefonema. Era o Edmo Luís, locutor da Manchete Am Rio - cujo estúdio era vizinho do nosso, do FM.

- "Mônica, meu amor, não tá sabendo não?"
- "Não, o que foi?" - respondi eu, na inocência em que nós, profissionais do rádio, ficamos frente aos demandos dos empresários de Rádio.
- "Tá todo mundo falando por aqui: Hoje é o seu último dia de trabalho! Só seu, não! De todos os que trabalham na Manchete FM!"
- "Você tá doido, Edmo? Ninguém nos falou nada! É pegadinha, não é?"
- "Não, é sério, Mônica! Até o Celso Santa Rosa [coordenador da Rede Manchete FM na época] 'dançou'!"
- "Vai todo mundo embora?? Mas o que é isso, Bomba atômica, repetição de Hiroshima e Nagasaki?!"- hoje eu falaria isso pra ele.
-"Não", respondeu o Edmo Luís. "A Rede Manchete FM foi 'arrendada'."

(...)

Segue abaixo, um diálogo que não houve. Não naquele telefonema. Mas que rolou muito, nos bastidores, entre os DEMITIDOS.

-"Ué, e eles não vão precisar de PROFISSIONAIS DE RÁDIO para colocar no ar esta nova programação? Por que não aproveitam os que JÁ TRABALHAM AQUI? Nem as telefonistas? Os operadores de áudio ... ninguém?!"

- "Não, Mônica, eles vão "renascer"; vai ser tudo NOVO!"
- "Uai, e nós????"
- "Vocês? Bem, aqueles que têm mais de um ano de casa - como é o seu caso, Mônica - vão para o sindicato, fazer as contas, e assinar o acordo de demissão."

Bem, amigos, aquela foi uma noite do cão!
E tínhamos a ordem - olha a cara-de-pau e o desrespeito ao ouvinte - de fazer sorteios "fake"!

Ao chegar na emissora, ninguém sabia de nada, além do que o Edmo havia me dito. Uma das produtoras para quem eu telefonei, me disse que era para fazer como se nada tivesse acontecido.
- COMO???
- NÃO DIGA NADA NO AR! Faz de conta que tudo vai continuar assim.

Esta era a única coisa que nos disseram.
Eu, chorando, a cada palavra de carinho e amizade dos ouvintes. A cada menção de "a semana que vem tem mais!"
Foi terrível!
E quando o Fabiano chegou para me render? Ele também custou a acreditar. Parecia brincadeira. De mau gosto. (...)

E assim foi, de locutor em locutor, de horário em horário, ficavam sabendo da notícia inacreditavelmente verdadeira. Até o momento do encerramento da Rádio, pela voz embargada do Carlos Alberto, que eu - e centenas de pessoas - ouvimos, estupefatos e lacrimejantes. E decepcionados. E revoltados.

(...)

Leia o texto completo no blog da Mônica Sampaio, que também relata episódio ocorrido na FM 105 em 1987, em que uma briga entre "locador" e "locatário" fez com que parte dos funcionários sofressem uma série de retaliações.

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